Ois.
Assisti até agora três obras belíssimas no Poa Em Cena deste ano e gostaria de compartilhar, numa última tentativa de que se você, que está lendo isso aqui agora, ainda não comprou seus ingressos, se anime, pois é um evento muito bacana e que vale muito a pena fazer parte.
A minha primeira experiência no Em Cena deste ano foi o espetáculo de abertura, Alkohol, de Goran Bregovic com a Weddings and Funerals Orchestra. Nascido em Sarajevo, hoje na Iuguslávia, Goran é alguém que podemos chamar de especial. Com uma energia fortíssima, levou o público a momentos de concentração absoluta e outros de puro agito. Fazer as pessoas levantarem e dançarem animadíssimas numa noite fria, em pleno Bourbon Country não é para qualquer um, pensei. E me dei conta mais uma vez de como gosto do movimento das pessoas. De como me é prazeroso vê-las dançando, se movimentando. O movimento das gentes no coletivo é algo que me toca de forma tão inexplicável que chega a ser assombroso. As pessoas conhecidas, e as desconhecidas, misturadas, fundindo cores, cheiros, energias. As idades, as formas. Tornando carne o som emitido pelos dezoito músicos em cena, que, a própósito, estavam perfeitamente distribuídos: ao fundo, o pessoal da estética clássica - o preto básico prevalecendo. Divididos corretamente entre homens e mulheres. Nas laterais à frente, a estética era a tradicional-folclórica, com direito a detalhes mínimos nos figurinos e adereços. Me chamou muita atenção a felicidade e espontaneidade daquelas pessoas, que davam a impressão de estarem se apresentando pela primeira vez, tamanha explosão de energia no palco. Uma delas, a que estava bem na ponta esquerda, era linda de chorar: um olho claro e saliente que olha mesmo para quem está cantando, uma voz suave, gostosa de escutar. Ao centro, conduzindo tudo com força e suavidade absolutamente bem temperadas, estava o próprio Goran, com seu figurino contemporâneo todo branco, sapatos vermelhos e sua guitarra azul, ao lado de outro músico, jovem, também contemporaneamente vestido, de preto. Que aliás, tinha uma energia muito linda, também. E alguns momentos de destaque no espetáculo. O que mais me tocou foi a sensação de que eles poderiam ficar ali horas tocando, escolhendo mais uma e mais outra música, incansavelmente. A tranquilidade que tinham em continuar proporcionando ao público a euforia de poder participar daquele momento me fez sentir muito contemplada. Tanto que fizeram um "bis" de quase uma hora, maravilhoso. E já ao fim da apresentação, Goran ainda tinha um fôlego e uma força que transbordavam, regendo a energia da plateia através de sua proposta: "Atacar!". E o público atacou! Gritou, sorriu, dançou, se abraçou. A noite fria de Porto Alegre ficou mais quente depois dessa experiência. A saída das pessoas do teatro foi eufórica, todos comentando entusiasmadamente o que aconteceu.
Bem, acabo de perceber que vai ficar muito pouco espaço para escrever sobre as duas outras obras que assisti, e que também rendem bons comentários: Tobari e Happy Days. Sendo assim, deixo abaixo mais algumas coisitas sobre Goran:
Aqui um link do youtube para quem não conhece o trabalho ir correndo conhecer: http://www.youtube.com/watch?v=KtX-V4OE50Y
Aqui uma informação da Wikipedia: ele se tornou famoso como líder da banda Bijelo Dugme e como compositor de trilhas sonoras para cinema (destacando-se os trabalhos para Emir Kusturica).
Aqui uma dica: assistam os filmes do Kusturica, são bem bons. Gosto particularmente do Underground - Mentiras de Guerra (Underground), 1995.
Sobre o Kusturika (também da Wikipedia): Emir Kusturica ([ku.stur.'i.tza] em sérvio cirílico Емир Кустурица; pronunciado "Êmir Kustúritsa") (Sarajevo, 24 de novembro de 1954) é um cineasta e músico sérvio. Com uma expressiva seqüência de trabalhos internacionalmente aclamados, Kusturica é visto como um dos mais criativos directores de cinema dos anos oitenta e noventa.
Aqui uma dica: assistam os filmes do Kusturica, são bem bons. Gosto particularmente do Underground - Mentiras de Guerra (Underground), 1995.
Sobre o Kusturika (também da Wikipedia): Emir Kusturica ([ku.stur.'i.tza] em sérvio cirílico Емир Кустурица; pronunciado "Êmir Kustúritsa") (Sarajevo, 24 de novembro de 1954) é um cineasta e músico sérvio. Com uma expressiva seqüência de trabalhos internacionalmente aclamados, Kusturica é visto como um dos mais criativos directores de cinema dos anos oitenta e noventa.
E aqui dois links sobre o espetáculo Alkohol:
http://miltonribeiro.opsblog.org/2010/09/08/goran-bregovic-esta-em-porto-alegre/ (este é de Milton Ribeiro, que tem bastante informações sobre o Bregovic)
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/07/diversaoearte,i=211828/GORAN+BREGOVIC+REUNE+6+MIL+PESSOAS+PARA+CELEBRAR+O+CENA+CONTEMPORANEA.shtml (este é do Correio Braziliense, da matéria sobre o show dele lá)
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