Espaço de compartilhamento, registros, sensações, reflexões, discussões, expressões, imagens, sons, vazios... de diversos elementos da forma e do conteúdo da arte e da vida. Blablabla...

"(...) não o grites de cima dos telhados, deixa em paz os passarinhos (...)"

"(...) Quem pode, pode Deixa os incomodados que se incomodem (...)"

"(...) um coturno (...) sapatilhas de arame (...) alpercatas de aço (...) pés descalços sem pele (...) um passo que a revele (...)"

"(...) Pra pedir silêncio eu berro Pra fazer barulho eu mesma faço (...)"

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Estreia amanhã peça de teatro no barco!!! Imperdível!!!



Grupo Neelic estreia espetáculo durante passeio de barco
pelas ilhas do Guaíba e Eldorado do Sul



          Depois de um ano de muito trabalho e sucesso de público em inúmeros espetáculos apresentados, o Grupo Neelic (Núcleo de Estudos e Experimentação da Linguagem Cênica) não poderia encerrar 2011 de forma diferente, senão com uma estreia inusitada que acontecerá dos dias 13 a 18 de dezembro, no horário das 19h às 20h50min. A peça, que se chama "A Noiva do Caí", não será encenada no palco e sim no barco chamado NOIVA DO CAÍ II. A iniciativa faz parte de uma parceria com os barcos de turismo da Usina do Gasômetro.
        
         O público assistirá à peça durante um passeio de barco, partindo da Usina do Gasômetro, com passagem pela Ilha da Pintada, Ilha Grande dos Marinheiros, Ilha das Flores e o município de Eldorado do Sul, retornando para a Usina. O espetáculo foi construído a partir de quatro contos da escritora Vera Karam: A Noiva do Caí, Primeiro de Maio, Tudo na Vida é Passageiro e Visita à Vovó.
        
         As histórias são marcadas pelo humor e ironia, focos característicos de Vera, que interferem no desenvolvimento dos personagens, determinando as relações constantes de suas fábulas. Na atuação dos profissionais do Grupo Neelic, se revela a escolha estética dos atores pela abordagem dos textos com um forte viés poético: a incompletude, a incomunicabilidade e o desamparo no cenário das relações. Tudo isso trabalhado com elementos da memória dos atores, recebe um tratamento que se aproxima do lirismo e se afasta do conflito dramático, usando aspectos da performance teatral. Durante a encenação, os atores vivenciam diversos personagens em um trabalho de elaboração cênica a partir do aprofundamento das ações físicas e vocais, coordenado pela diretora Desirée Pessoa e as preparadoras vocais Ligia Motta e Leonor Melo.

   Os ingressos para “A Noiva do Caí” podem ser adquiridos na própria bilheteria dos barcos, atrás da Usina do Gasômetro, no valor de 50 reais. Idosos, classe artística, professores e estudantes pagam meia-entrada. As promoções especiais a seguir valerão de terça a quinta-feira: 50% de desconto para os assinantes dos jornais de Porto Alegre, para as pessoas que reservarem seus ingressos com até 72 horas de antecedência da apresentação (enviando um e-mail ao Grupo Neelic – teatrodoneelic@gmail.com), para todos que participarem das promoções nas redes sociais virtuais do Grupo Neelic e para quem for acompanhado de mais de duas pessoas. Já na sexta, sábado e domingo, a promoção é meia-entrada para todos.


Ficha Técnica:
Direção: Desirée Pessoa;
Concepção: Caco Coelho;
Texto: Vera Karam;
Elenco: Suelen Gotardo e Bruno Fernandes;
Preparação Vocal: Leonor Melo e Ligia Motta;
Trilha: Desirée Pessoa;
Figurino: Rô Cortinhas;
Fotografia: Kiran León;
Designer Gráfica: Paula Basei;
Produção: Adriano Roman;
Realização: Grupo Neelic - www.gruponeelic.com / fones: (51) 3391-5931 / (51) 9274-9933    

A Noiva do Caí - Cartaz


terça-feira, 15 de novembro de 2011

A dura vida dos ateus

Acabo de ler o texto abaixo no site da Revista Época, link
 http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2011/11/dura-vida-dos-ateus-em-um-brasil-cada-vez-mais-evangelico.html, e, como já venho pensando há uns tempos nessa questão, resolvi postar aqui. Até porque este é um dos assuntos que trato no meu solo. Boa leitura!


A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico
A parábola do taxista e a intolerância. Reflexão a partir de uma conversa no trânsito de São Paulo. A expansão da fé evangélica está mudando “o homem cordial”?

Texto de ELIANE BRUM em 14/11/2011.


ELIANE BRUM - Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. 
elianebrum@uol.com.br; @brumelianebrum. 


O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”. Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões.
 - Você é evangélico? – ela perguntou.
 - Sou! – ele respondeu, animado.
 - De que igreja?
 - Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve.
- Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida?
- Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá.
- Legal.
- De que religião você é?
- Eu não tenho religião. Sou ateia.
- Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve.
- Não, eu não sou religiosa. Sou ateia.
- Deus me livre!
- Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha.
- (riso nervoso).
- Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé?
- Por que as boas ações não salvam.
- Não?
- Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva.
- Mas eu não quero ser salva.
- Deus me livre!
- Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível.
- Acho que você é espírita.
- Não, já disse a você. Sou ateia.
- É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar.
- Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância?
- É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto...
O taxista estava confuso. A passageira era ateia, mas parecia do bem. Era tranquila, doce e divertida. Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. Como resolver esse impasse? (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.)
Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se:
- Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta.
- Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la.
Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa.  
A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem. O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante. O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno. Outra razão importante é que o catolicismo está disseminado na cultura, entrelaçado a uma forma de ver o mundo que influencia inclusive os ateus. Ser ateu num país de maioria católica nunca ameaçou a convivência entre os vizinhos. Ou entre taxistas e passageiros.
Já com os evangélicos neopentecostais, caso das inúmeras igrejas que se multiplicam com nomes cada vez mais imaginativos pelas esquinas das grandes e das pequenas cidades, pelos sertões e pela floresta amazônica, o caso é diferente. E não faço aqui nenhum juízo de valor sobre a fé católica ou a dos neopentecostais. Cada um tem o direito de professar a fé que quiser – assim como a sua não fé. Meu interesse é tentar compreender como essa porção cada vez mais numerosa do país está mudando o modo de ver o mundo e o modo de se relacionar com a cultura. Está mudando a forma de ser brasileiro.
Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado. Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante. É possível, como o taxista exemplifica muito bem, pular de uma para outra, como um consumidor diante de vitrines que tentam seduzi-lo a entrar na loja pelo brilho de suas ofertas. Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica.
É também por essa razão que a Igreja Católica, que em períodos de sua longa história atraiu fiéis com ossos de santos e passes para o céu, vive hoje o dilema de ser ameaçada pela vulgaridade das relações capitalistas numa fé de mercado. Dilema que procura resolver de uma maneira bastante inteligente, ao manter a salvo a tradição que tem lhe garantido poder e influência há dois mil anos, mas ao mesmo tempo estimular sua versão de mercado, encarnada pelos carismáticos. Como uma espécie de vanguarda, que contém o avanço das tropas “inimigas” lá na frente sem comprometer a integridade do exército que se mantém mais atrás, padres pop star como Marcelo Rossi e movimentos como a Canção Nova têm sido estratégicos para reduzir a sangria de fiéis para as neopentecostais. Não fosse esse tipo de abordagem mais agressiva e possivelmente já existiria uma porção ainda maior de evangélicos no país.
Tudo indica que a parábola do taxista se tornará cada vez mais frequente nas ruas do Brasil – em novas e ferozes versões. Afinal, não há nada mais ameaçador para o mercado do que quem está fora do mercado por convicção. E quem está fora do mercado da fé? Os ateus. É possível convencer um católico, um espírita ou um umbandista a mudar de religião. Mas é bem mais difícil – quando não impossível – converter um ateu. Para quem não acredita na existência de Deus, qualquer produto religioso, seja ele material, como um travesseiro que cura doenças, ou subjetivo, como o conforto da vida eterna, não tem qualquer apelo. Seria como vender gelo para um esquimó.
Tenho muitos amigos ateus. E eles me contam que têm evitado se apresentar dessa maneira porque a reação é cada vez mais hostil. Por enquanto, a reação é como a do taxista: “Deus me livre!”. Mas percebem que o cerco se aperta e, a qualquer momento, temem que alguém possa empunhar um punhado de dentes de alho diante deles ou iniciar um exorcismo ali mesmo, no sinal fechado ou na padaria da esquina. Acuados, têm preferido declarar-se “agnósticos”. Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova.
Já conhecia a “Bola de Neve” (ou “Bola de Neve Church, para os íntimos”, como diz o seu site), mas nunca tinha ouvido falar da “Novidade de Vida”. Busquei o site da igreja na internet. Na página de abertura, me deparei com uma preleção intitulada: “O perigo da tolerância”. O texto fala sobre as famílias, afirma que Deus não é tolerante e incita os fiéis a não tolerar o que não venha de Deus. Tolerar “coisas erradas” é o mesmo que “criar demônios de estimação”. Entre as muitas frases exemplares, uma se destaca: “Hoje em dia, o mal da sociedade tem sido a Tolerância (em negrito e em maiúscula)”. Deus me livre!, um ateu talvez tenha vontade de dizer. Mas nem esse conforto lhe resta.
Ainda que o crescimento evangélico no Brasil venha sendo investigado tanto pela academia como pelo jornalismo, é pouco para a profundidade das mudanças que tem trazido à vida cotidiana do país. As transformações no modo de ser brasileiro talvez sejam maiores do que possa parecer à primeira vista. Talvez estejam alterando o “homem cordial” – não no sentido estrito conferido por Sérgio Buarque de Holanda, mas no sentido atribuído pelo senso comum.
Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia. Não deixa de ser curioso que, no século XXI, ser ateu volte a ter um conteúdo revolucionário. Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na “Igreja Celular Internacional”, nada mais me surpreende.
Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele. 
(Eliane Brum escreve às segundas-feiras)

domingo, 6 de novembro de 2011

Estudando com o Chico...

Estou estudando para o meu solo. Acabo de postar no blog PERSONAENEELIC um pouco do que tenho lido sobre performance. Dá uma olhada lá: http://personaeneelic.blogspot.com/.

Estou escutando Chico: "Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela, será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é que mexe com ela?..."

A temperatura está agradável e isso ajuda a estudar. O clima me influencia.

Ontem fizemos o primeiro ensaio para a reestreia da Sem Açúcar. Adoro a peça, vamos voltar em dezembro, estou bem feliz com isso.

Abaixo deixo então uma foto da peça, pra você ir se preparando pra vir assistir...

"Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela, morena bichinha danada minha camarada..."

Com o ator (e meu amigo) Silvio Ramão, foto de Kiran Leon.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Seu Olhar

Adoro a música "Seu Olhar", do Moska. Deixo aqui a letra pra você ver como é linda!

Aliás, adoro o Moska. Tudo dele e ele também. O show dele é lindo. Por falar em show e em lindo, o Chico vai estar aí no fim do mês que vem. Quero muito ir.

Sobre o meu solo, criei um blog específico para ele, pois tinha já muito material e ia sobrecarregar este aqui. O endereço é http://personaeneelic.blogspot.com/

Mas de vez em quando vou postando umas coisas dele por aqui também. Fica com a letra do Moska!

Foto de Ana Claudia Lubitz


Gosto quando olho pra você
Gosto mais quando seu olho vem
Na direção do meu
Na direção do meu
Na direção do meu

Gosto ainda mais quando esquecemos
Onde estamos e olhando em volta escolhemos
A mesma coisa pra olhar
A mesma coisa pra olhar
A mesma coisa pra olhar

Gosto quando olho com você o mundo
E gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você

Na direção do meu
Na direção do meu
A mesma coisa pra olhar
A mesma coisa pra olhar

Gosto quando olho com você o mundo
E gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você

Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele...com você

domingo, 30 de outubro de 2011

Solo meu...

Pra quem ainda não sabe, estou preparando um espetáculo solo. 

Em outro momento falo mais sobre ele. Por enquanto, ficam aqui as imagens de inspiração da pesquisa que estamos fazendo neste momento, Marçal Rodrigues (diretor do espetáculo) e eu.

Estreia agendada pra começo do ano que vem, pode ir se preparando!









terça-feira, 20 de setembro de 2011

Coisas que percebi, heterônimos, solo...


Dei-me conta (oh, que coisa, levei quase trinta anos para perceber isso!)...

Voltando: percebi que algumas passagens da vida têm tanta importância que parece que ficam "coladas" na minha memória. Daí, o que acontece: parece que o ano de 1997 foi ontem. Então eu fico muito zangada quando entro na livraria e o atendente (mais ou menos 10 anos mais novo que eu) diz: "Ah, essa edição é beeem antiga. É de 1995!". Fico realmente zangada, com vontade de dizer um monte de troços a ele. Sim, troços mesmo, é a melhor palavra, nesse caso.

Mas não falo. Não falo nada e apenas observo. Sim, se tem uma coisa que aprendi no teatro é que a gente aprende muito observando as pessoas. Já passei da fase da histeria, de ser uma "atriz-afetada-pseudo-dramática-em-excesso". Não vi quando exatamente aconteceu. Mas passei desta fase. Tenho agora a calma dos ingleses, como diria Ionesco. Às vezes sinto que posso vender calma e paciência, de tanto que tenho. Meu lado juvenil briga com meu lado maduro, pois quase se irrita com tanta compreensão sobre a vida e "todas-as coisas-que-vêm-junto".

Parece papo de maluco, isso de ter mais de um lado dentro de si? Sorry, eu posso. Tenho o sobrenome do maior heterônimo que a poesia já conheceu, meu filho: eu posso. Ok? Se não estiveres ok, lamento muito. Sorry (de novo), é tudo o que posso te dizer.

Sim, cheguei na tenra idade de sentir pro-fun-da-men-te que não devo nada a ninguém, que as escolhas que fiz foram as mais adequadas para mim, que tenho carreira profissional sólida e encontrei o amor. Sabe o que acontece? Meu lado que lembra que fez terapia por anos diz assim: "ai, esbanjando felicidade desse jeito, parece que tu estás querendo convencer a ti mesma destas coisas todas". Agora sabes o que é o melhor de tudo isso? É ter um lado que é mais equilibrado emocionalmente, e que lembra a este outro (que precisa tanto de terapia) que "às vezes, um charuto é só um charuto", e que isso de não ter mais que convencer ninguém de qualquer coisa vale também para mim. E lembra que não fomos "criados culturalmente" para sermos felizes. Fomos educados para ter medo de Deus ou qualquer coisa que se aproxime disso (luz violeta, bolha dourada, sei lá). Medo da morte. Medo dos outros. Medo da rua. Medo de tudo. E se, pela primeira vez na vida, há um lado meu, muito profundo, que experimenta não ter medo de vááárias coisas muito importantes para mim, é claro que os outros lados vão ficar histéricos, querendo me manter nos velhos padrões.

Escrevi "importantes" e lembrei do Caco falando "importante é palavra velha e cansada, já dizia o Abujamra". Sim, às vezes uso palavras velhas e cansadas. Sou "barroca", como me puxa a orelha minha orientadora. Tudo bem. Lido bem com a crítica, hoje. Baixo a cabeça e trabalho. Aprendi que nenhum sucesso na vida vem de graça: é fruto de trabalho árduo. E daí quando vem, a aceitação é tranquila: pois é resultado crescimento que se operou aqui dentro. Aliás, faz cerca de um ano já que não escuto mais que minha escrita é barroca, hehe. Agora que lembrei disso. Parece que teve crescimento também aí.

Bem, mais um dia de trabalho. Sim, porque na minha opinião, 20 de setembro não tem absolutamente nada para ser comemorado. E daí, faço a minha parte: ao invés de ficar só criticando vou trabalhar.

Estou saindo para ensaiar meu solo. Ah, é, não havia dado a notícia por aqui ainda: estou preparando um solo. Estreia agendada para início de 2012. Vem me ver no teatro, sempre! À parte viver a vida com prazer, é o que eu faço de melhor.

Parte das people que compõe o espaço de criação lindo que é o Neelic. A gente faz a festa, always!

   

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Exaustão

Estou muuuuito cansada. De existir, mesmo. O tempo passa - balança da vida pesando: frustração. Sem arrependimento - melhor! Mas frustração sim.

Às vezes, ok. Não sempre. Mas frustração às vezes já dói suficientemente.

Certo, então. Carrego mais esta dor agora.

Ao menos a da ansiedade passou. É uma troca?

Tenho que saber qual prefiro?

Ou qual é menos pior?


Às vezes eu queria que o mundo fosse um ônibus no qual eu pudesse puxar a cordinha, descer e dar uma caminhada. E só. Só, entendeu? Só.

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Grupo Neelic na Casa de Cultura e Escola do Neelic estreia Shakespeare

É isso aí.

Então, pra ninguém se atrapalhar:

O Primeiro Amor (do grupo Neelic) está na Casa de Cultura Mario Quintana. Sextas, sábados e domingos, até 24 de julho. Sempre às 20h.

O Shakespeare Despedaçado (dos alunos da Escola de Teatro do Neelic) estreia nesta quinta na Sala 504 da Usina do Gasômetro. E fica todas as quintas de julho às 20h. E sábados e domingos (dias 09,10,16,17) às 16h, na Usina também.

Entendeu certinho? Tá então não tem erro. Qualquer dúvida, é só ligar pro fone do Neelic (9274.9933). Estamos fazendo reserva de lugar pelo telefone, agora.

Abraços!

Fotografia do Primeiro Amor, de Kiran Federico León

domingo, 26 de junho de 2011

doce e cruel

Voltando em cartaz com Primeiro Amor, espetáculo do grupo Neelic. Estaremos na CCMQ (Casa de Cultura Mario Quintana), no Teatro Bruno Kiefer, de sextas a domingos, de 01 a 24 de julho, às 20h, sempre.

Se você gosta de algo doce que se torna bem amargo, assista. Se você não gosta, recomende. A peça é de rir, é de chorar, é de pensar, é de quase tudo que se pode sentir.

Vai lá nos ver!

"As lágrimas do mundo são em quantidade constante. Para cada um que irrompe em choro, em outra parte alguém para. Com o riso é a mesma coisa. "


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tá, agora feliz, feliz...

Ontem aconteceu teatro!

Lamentavelmente, em um ofício tão complexo e delicado, nem sempre fico confortável em dizer que "aconteceu teatro". Nós o praticamos todos os dias, disciplinada e continuadamente, mas é preciso que se reconheça que nem sempre "acontece".
Ontem, estreamos o espetáculo da Escola do Neelic, chamado Intimidade.

Os estudantes-atores ficaram mexidos com a experiência, o público ficou mexido, a equipe toda que estava envolvida na estreia ficou mexida, fizemos debate após, extremamente produtivo.

Daí sim podemos dizer que aconteceu teatro na sala 504 da Usina do Gasômetro!

A peça segue em cartaz: hoje, e dias 28 e 29 de junho, às 20h, na mesma sala.

Abaixo, foto da peça.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Manifestos no corpo

Reestreamos O Rinoceronte, da Pesquisa do Neelic, na Usina, neste sábado que passou, dia 11. Domingo teve promoção do beijo na boca (quem desse beijo na fila pagava meia). O próximo final-de-semana já é o último. Esta semana agora estamos finalizando os preparativos da peça nova da Escola do Grupo Neelic. Chama-se Intimidade. Estreia terça que vem, dia 21, imediatamente após o término do Rino (domingo, 19). Estou, ainda, finalizando o texto para a qualificação do Mestrado. Lá em casa: gripe no meu amor. No trabalho: gargantas inflamadas nos meus atores. Eu: cuidando ao máximo de mim para não ficar dodói também. Temos um inverno sempre rigoroso, então ficar dodói é algo com que já contamos. No momento, me cuido porque, fora estes espetáculos que já contei, tenho na sequência mais duas temporadas de espetáculos para levantar: a estreia de Shakespeare Despedaçado (da Escola do Neelic), e a temporada na Casa de Cultura Mario Quintana do Primeiro Amor, espetáculo do grupo Neelic (do grupo profissional, não da escola). O público às vezes confunde o grupo e a escola, estamos tentando deixar cada vez mais clara essa informação nas divulgações. Bem, e o corpo? Está atônito, claro, com tanta informação. A sensação é de uma ressaca (sem ter bebido nem um pinguinho), com uma boa dose de precaução (parece que sinto o corpo todinho se organizando para não fraquejar). A cabeça às vezes quer explodir, mas também não chega a tanto. (Dramática? Às vezes, mas sem perder o bom humor, hehehe...). A musculatura é trabalhada nas aulas de corpo, e agradece a dedicação. Os nervos ainda não estão à flor da pele, mas já sabem que loguinho estarão. A respiração anda curta - e a paciência com algumas situações também. Enfim: nada fora do quadro da 'normalidade' da produção cultural na capital do extremo sul do país. E vamos seguindo...  


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Coisas acontecendo...

A leitura do texto do Primeiro Amor foi ótima. O pessoal adorou "assistir" e a gente adorou fazer... 

e olha só: agora estou no Twitter - http://twitter.com/#!/Desiree_Pessoa

Outra coisa: depois eu conto o motivo das aspinhas em "assistir" quando falei da leitura do Primeiro Amor. Por enquanto é segredo.

Abraço forte. Aproveita a semana.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade

Entre 25 e 27 de agosto, diversos grupos da Universidade participam, em Rio Grande, do V Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade. Os programas de pós-graduação em Ciências do Movimento Humano, Educação e Educação em Ciências estão entre os promotores do seminário. Também estarão presentes grupos de pesquisa da Escola de Educação Física e da Faculdade de Educação. Paralelamente ao evento, realizado em parceria com as universidades federais de Santa Maria e Rio Grande, ocorrem também o I Seminário Internacional Corpo, Gênero e Sexualidade e o I Encontro Nacional Gênero e Diversidade na Escola. As inscrições para apresentação de trabalhos estão abertas até o dia 12 de junho; para participantes, até 20 de agosto. Mais informações pelo site oficial do evento: www.corpogeneroesexualidade.furg.br/site/bin/atual.php

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Leitura Dramática Primeiro Amor, com o Grupo Neelic

Oi, gente!

Nesse sábado faremos a leitura dramática do texto de nosso espetáculo, Primeiro Amor, como um "aquece" pra temporada que estreia final de junho e segue todo julho.

Aproveitem que a leitura tem o custo simbólico de um pacote de papel hogiênico, que será inclusive destinado aos moradores da Casa do Artista Riograndense.

E não esqueça: é às 19h, no Neelic da Usina (Sala 504 da Usina do Gasômetro)!
Tá, então é isso. Vejo todo mundo lá!

Desirée Pessoa.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobre o espetáculo da Pina

Bem, há uns dias atrás eu disse que tão logo quanto possível, escreveria sobre o espetáculo da Pina Bausch que veio a Porto Alegre agora há pouco.

Aí está então, o que pude escrever. Ah, se você achou que eu escreveria uma crítica elaborada e "etc. e tal", lamento. Já tem gente por aí que investe seu tempo nisso. Prefiro a espontaneidade de ser eu. Mas não fique fixado nisso, a frustração também faz parte do fenômeno artístico.


Ten Chi, de Pina Bausch

Afeto
Tato
Sapato
Veste
Harmonia
Ritmo
Suave
Fragmento
Amor
Razão
Emoção
Elegante
Memória
Repetição
Repetição
Repetição
Memória
Elegante
Repetição
Afeto
Tato
Sapato
Veste
Memória
Repetição
Dia
Noite
Sensual
Ritmo
Harmonia
Afeto
Tato
Sapato

Bakhtiniando...

Isso é Adail Sobral falando do legado de Bakhtin:

"...há entre o particular e o geral, o prático e o teórico, a vida e a arte uma reação de interconstituição dialógica que não privilegia nenhum destes termos, mas os integra na produção de atos, de enunciados, de obras de arte...".
Amo isso.

domingo, 22 de maio de 2011

Escrevendo, com todas as dificuldades que a escrita pode te presentear

Movida por este tema... NÃO.

Tendo percebido tal temática como fundamental... NÃO.

Assim... NÃO.

Desta forma... NÃO.

De tal forma que... HORRÍVEL.

AHHHHH!!!!

Escrevendo, escrevendo, ecrevendo vou... uma hora dessas sai um texto daqui.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Sofrendo...

Sofrendo com o cachorro da vizinha, que nunca para de latir. 

Quer coisa mais mundana?

rsrsrsrs...

De qualquer forma: com música beeeem dentro dos ouvidos, com aqueles fones de silicone, que não deixam passar nenhum outro ruído.

Mudando de saco pra mala: a dissertação segue se desenvolvendo aqui dentro de mim, e parte dela já no papel. Não sinto mais os mesmos sintomas de escrita que no início, eles agora mudaram. Outro tipo de crise, sabe? Parece um pouco "fase 2", hehehe.

Bem, acompanha os trabalhos do Neelic. A dissertação é uma teorização sobre a prática, mesmo, então, está tudo interligado.

Por falar nisso, hoje eu vivi uma experiência muito interessante: fui convidada ao programa Hoje em Dia, da TV Record. Era para falar sobre a solidão, tema que abordamos em alguns espetáculos do grupo.

Amanhã deve estar no site deles, creio. Dá uma olhada lá. Acho que vais gostar. Ao menos, eu fiz o melhor que poderia (rindo de mim mesma neste momento).

Tá é isso, então.

Aaaaahhhhh!!! Me lembrei agora que não comentei sobre a Pina. Faço assim: qualquer dia desses, escrevo com calma e aí publico aqui, ok?

Tá, agora é isso.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ansiosa por ver a companhia da Pina...

Sim, é isso mesmo...

com muita escrita e prazo curto para entregas no mestrado, não pude viajar no feriado.

Escrevo e escrevo e relaxo e escrevo mais um pouco e como e relaxo e escrevo mais um pouco e etcetcetc...

Assim, aguardo ansiosa por ir ao SESI ver o espetáculo da companhia da Pina Baush.

Irei com as amigas, então, será prazer em dobro.

Pra quem for: te vejo lá.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A você, que começamos a esperar

Queria poder te dar sempre o meu melhor

queria poder te dar sempre o melhor do mundo

queria que o mundo fosse melhor para ti

não tenho condições de modificá-lo - o mundo - para te esperar

posso - e vou, e estou - mudar o meu mundo, mas não 'o mundo'

assim mesmo quero te ter

assim mesmo vou te esperar

e assim mesmo quando chegares

vamos ser felizes neste louco mundo

neste mundo cão

neste mundo caos

mundo contradição

porque sei que sempre te darei o melhor de mim

e te orientarei a dares ao mundo sempre o melhor de ti

e seremos felizes às vezes

muitas vezes

nem sempre

impossível sempre.

No aguardo,

Desirée.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Trecho do livro...

Oi, gente,

hoje trago aqui um trecho do livro que estou lendo nas poucas horas vagas, para  'animar' meu espírito, entre as várias densas leituras que me propus a fazer para o curso de Mestrado que estou cursando. Sim, para mim é bem importante isso: eu não preciso ler para o Mestrado. Eu escolhi ler para o Mestrado. A gente se acostuma a reclamar. Eu tento fazer o exercício - confesso que nem sempre consigo - de lembrar que é uma escolha minha e só.

Bem, segue então um trechino do livro que descobri meio-sem-querer, A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery, francesa, viva.


"1. Quem semeia desejo

        "Marx muda totalmente minha visão do mundo", declarou-me hoje de manhã o jovem Pallières, que, em geral, nunca me dirige a palavra.
        Antoine Pallières, rico herdeiro de uma velha dinastia industrial, é filho de um de meus oito patrões. Derradeira eructação da grande burguesia empresarial - que só se reproduz por meio de soluços limpos e sem vícios -, ele estava radiante com sua descoberta, que me contava por reflexo, sem sequer pensar que eu conseguiria entender alguma coisa. Que podem entender as massas trabalhadoras sobre a obra de Marx? A leitura é árdua, a língua, apurada, a prosa, sutil, e a tese, complexa.
        E foi aí que quase me traí, bestamente.
        "Tem que ler a Ideologia alemã", disse a esse cretino de parca verde-garrafa.
        Para entender Marx e entender porque ele está errado, tem que ler Ideologia alemã.
        (...)
        Mas Antoine Pallières, cujo bigode embrionário e repugnante não tem nada de felino, olha para mim, duvidando de minhas estranhas palavras. Como sempre, sou salva pela incapacidade dos seres humanos de acreditar naquilo que explode as molduras de seus pequenos hábitos mentais. Uma zeladora não lê a Ideologia alemã, e, por conseguinte, seria incapaz de citar a décima primeira tese sobre Feuerbach. Além disso, uma zeladora que lê Marx está, necessariamente, de olho na subversão, e se vendeu a um diabo que se chama Confederação Geral dos Trabalhadores, a CGT. Que consiga lê-lo para a elevação do espírito é uma incongruência que burguês nenhum admite.
        "Recomendações à senhora sua mãe", resmungo fechando a porta na cara dele e esperando que a disfonia das duas frases seja abafada pela força dos preconceitos milenares."

"Livros não mudam o mundo. Quem muda o mundo são os homens. Livros mudam os homens" (Quintana)

terça-feira, 22 de março de 2011

García Lorca - poema

Gente, 

me envolvi em muitos trabalhos e estudos nestes últimos dias, por isso fiquei por um tempo sem postar. A "vida real" gritou mais alto que a "vida virtual", e quando uma grita, a outra silencia - respeitosamente.

De qualquer forma, cá estou eu, de volta com meus pensamentos e compartilhamento de experiências e obras que gosto.

Trouxe então um poema do García Lorca, que foi o primeiro autor clássico que trabalhei como atriz. Fazia a personagem da avó em "A Casa de Bernarda Alba", e foi meu primeiro trabalho de porte significativo.

Deixo abaixo o poema:

"Un ataúd con ruedas es su cama

a las cinco de la tarde.

Huesos y flautas suenan en su oído

a las cinco de la tarde.

El toro ya mugía por su frente

a las cinco de la tarde.

El cuarto se irisaba de agonía

a las cinco de la tarde.

A lo lejos ya viene la gangrena

a las cinco de la tarde.

Trompa de lirio por las verdes ingles

a las cinco de la tarde.

Las heridas quemaban como soles

a las cinco de la tarde,

y el gentío rompía las ventanas

a las cinco de la tarde.

A las cinco de la tarde.

¡Ay qué terribles cinco de la tarde!

¡Eran las cinco en todos los relojes!

¡Eran las cinco en sombras de la tarde!"

( Do poema "La Cogida y la Muerte", em "Llanto por Ignacio Sánches Mejías")

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Edição de imagens

Às vezes me divirto, nas horas vagas, brincando com efeitos em fotografias. Seguem algumas, de espetáculos que já montei, para compartilhar a diversão:









segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Inscrições abertas para cursos de teatro em Porto Alegre!

O Neelic está com inscrições abertas para os cursos de sua escola, para o ano 2011. Veja as informações completas em nosso site. Participe!

"Para ser feliz, basta abandonar-se ao ser." 
 
 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O cúmulo do absurdo?

Zapeando os canais (eu).
Luciana Gimenez entrevistando Alexandre Frota. Ela pergunta a ele sobre a tal história que ele teria agredido fisicamente uma mulher.

Ele responde que não houve nenhuma agressão, e que a história é muito simples. E se põe a contar. Relata que estava no shopping com uma "gata" e que teria aparecido outra "gata" com a qual ele estava namorando. Esta (que apareceu depois) começou a falar com a que estava com ele no shopping sobre tudo o que eles haviam feito no dia anterior. Ele se incomoda um pouco com isso, e pega um quadro que estava segurando, que havia ganhado de presente, e dá uma "quadrada" na cara da "gata". E que foi só isso. E que no fim, tudo ficou bem, pois a menina que levou o quadro na cara se chamava Luciana Quadros, então, segundo ele, deu tudo certo.

Observo (eu): em que universo um homem dar com um quadro na cara de uma mulher não é agressão?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Músicas que fazem sentido na minha vida



“...o passado é uma roupa que não nos serve mais...”




  Buenos Aires, linda!

Foto da Bienal

Gente, a foto abaixo eu fiz na Bienal de SP neste ano que passou. 

É de celular, bem "amadorinha", mas sempre vale a intenção de compartilhar coisas belas.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Hoje é pura poesia

Necessidade de ler poesia. Fui pela mão do Ferreira Gullar. Deixo aqui, então, uma que gosto dele, e a fonte.

Té.


Narciso e Narciso

Se Narciso se encontra com Narciso
e um deles finge
que ao outro admira
(para sentir-se admirado),
o outro
pela mesma razão finge também
e ambos acreditam na mentira. 
Para Narciso
o olhar do outro, a voz
do outro, o corpo
é sempre o espelho
em que ele a própria imagem mira.
E se o outro é

como ele
outro Narciso,
é espelho contra espelho:
o olhar que mira
reflete o que o admira
num jogo multiplicado em que a mentira
de Narciso a Narciso
inventa o paraíso.

               
                E se amam mentindo
                                no fingimento que é necessidade
                                e assim
               
                mais verdadeiro que a verdade. 
Mas exige, o amor fingido,
ser sincero
o amor que como ele
é fingimento.
                    
E fingem mais
os dois
com o mesmo esmero
com mais e mais cuidado

               
        - e a mentira se torna desespero.
Assim amam-se agora

                    
se odiando. 
O espelho
               
embaciado,
já Narciso em Narciso não se mira:
se torturam
se ferem
não se largam

                      
que o inferno de Narciso
                      
é ver que o admiravam de mentira.

Fonte: http://literal.terra.com.br/ferreira_gullar/porelemesmo/narciso_e_narciso.shtml?porelemesmo
 

Fotografia que tirei em Buenos Aires.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Estava vendo fotos

Estava vendo fotos aqui no computador, de alguns lugares que visitei e momentos que vivi, e decidi colocar algumas aqui... seguem:

 Nós na festa de formatura do Titi.

 Amigos queridos: Ju e Ricardo.

  Amigos queridos:Maik e Lau.

 A gente brincando no carnaval.

 Em Buenos Aires.

Praia no inverno. Adoro. SC. 

 Aqui é no Uruguai.

Aqui também.


Pedaço de comentário

Estava respondendo um comentário aqui mesmo no blog e acabei escrevendo uma coisa que achei bacana. Fica então, aqui, para dar mais atenção quando palavras saem espontaneamente. Não tenho pretensão nenhuma enquanto formato textual. Só um fluxo.


Sinto apenas o tempo que não tenho para assistir/ouvir/ler tudo o que gostaria... por mais que faça mil coisas, sempre tenho a sensação que ainda falta. E falta. A relação com o tempo é muito particular: sempre me parece que a juventude é um incômodo, pois falta experiência para tanta coisa. E tudo o que eu gostaria de já ter visto/vivido e que não foi possível pois ainda sou jovem o bastante para não ter tido este tempo de fazer algumas coisas. Paradoxalmente, percebo o tempo passando e o que já passou, e que já não sou mais adolescente, e vejo as coisas que não fiz, por ter feito outras. Duvido então das minhas escolhas, dos meus caminhos.
Às vezes paro. Como se estacionasse no meu corpo. Só. 



Aqui foi uma peça que eu fiz quando estava na graduação, no DAD/UFRGS.




Aqui é em Buenos Aires. 



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Para existir, basta abandonar-se ao ser...

Para existir basta abandonar-se ao ser

mas para viver
é preciso ser alguém
e para ser alguém
é preciso ter um OSSO,
é preciso não ter medo de mostrar o osso
e perder a carne na passagem…

[Artaud, Antonin. Pour en finir avec le jugement de dieu]


Imagem do espetáculo Sem Açúcar, do grupo Neelic. Fotógrafo: Kiran Federico León.

Amor Pra Recomeçar

Hoje vamos de Frejat?

Segue o vídeo e a letra, logo abaixo...


Amor Pra Recomeçar
Frejat
Composição: Frejat/Mauricio Barros/Mauro Sta. Cecília


Eu te desejo
Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo...
E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...
Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...
Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...
Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até
Inimigos
Prá você não deixar
De duvidar...
Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...
Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...
Eu desejo!
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...
Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar...
Eu desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

...

Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.
 
(Perto do Coração Selvagem)
 
Clarice Lispector


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Matando a saudade

Estava meio nostálgica assistindo um vídeo que meus alunos fizeram para mim em 2009. Lembrei então de postar aqui que temos, no Neelic, um canal no YouTube, e de convidar você a dar uma olhadinha.

http://www.youtube.com/user/neelic8

Ah, e o vídeo que eu estava assistindoé esse:

Dica de filme

Ontem vi um filme angustiante, que me provocou a uma reflexão sobre um tema já meio batido, o do terrorismo. Quando isso acontece acho bem bom, porque poderia ser "só mais um filme sobre o terrorismo", entende?

Bem, fica a dica: Enterrado Vivo (2010 - Espanha - Direção Rodrigo Cortés)


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Beckett: um dos meus maiores amores

"Que diferença faz que um grito seja forte ou fraco? O que é preciso é que ele pare. Durante anos eu acreditei que iriam parar. Agora já não acredito mais. Teriam sido necessários outros amores, talvez. Mas o amor, isso não se tem quando se quer." 

(S. Beckett)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Relançamento de livro - Galeano

 A dica é da Livraria Bamboletras. Ao final do material sobre o livro, está o endereço deles.

As veias abertas da América Latina

 - Eduardo Galeano -

O livro As veias abertas da América Latina, lançado pela primeira vez em 1978, acaba de ser relançado pela L&PM Editores com muitas novidades. A nova tradução, feita por Sergio Faraco, um dos mais importantes contistas do Brasil, fez com que Galeano dissesse que sua obra "soa melhor em português do que em espanhol".

Além disso, o livro ostenta uma nova capa e um completo índice analítico.  As veias abertas da América Latina é lançado em formato pocket e em edição tradicional.

No prefácio, escrito em agosto de 2010, especialmente para esta edição,  Galeano lamenta "que o livro não tenha perdido a atualidade". Remontando a 1970, quando a maioria dos países do continente padecia facinorosas ditaduras, este livro tornou-se um autêntico "clássico libertário", um inventário da dependência e da vassalagem de que a América Latina tem sido vítima, desde que aqui aportaram os europeus, no final do século XV. No começo, espanhóis e portugueses. Depois vieram ingleses, holandeses, franceses e, modernamente, os norte-americanos. Desde então o ancestral cenário permanece: a mesma submissão, a mesma miséria, a mesma espoliação.

As veias abertas da América Latina vendeu milhões de exemplares em todo o mundo. Com seu texto lírico e amargo a um só tempo, Galeano sabe ser suave e duro, e invariavelmente transmite, com sua consagrada maestria, uma mensagem que transborda humanismo, solidariedade e amor pela liberdade e pelos desvalidos.


Eduardo Galeano nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1940. Em sua cidade natal, foi chefe de redação do semanário Marcha e diretor do jornal Época. Fundou e dirigiu a revista Crisis, em Buenos Aires. A partir de 1973, esteve exilado na Argentina e na Espanha; no início de 1985, voltou ao Uruguai, residindo desde então em Montevidéu.

 A trilogia Memória do fogo foi premiada pelo Ministério da Cultura do Uruguai e recebeu o American Book Award (Washington University, EUA) em 1989. Em 1999, Galeano foi o primeiro autor homenageado com o prêmio à Liberdade Cultural, da Lannan Foundation (Novo México). É autor de De pernas pro ar, Dias e noites de amor e de guerra, Futebol ao sol e à sombra, O livro dos abraços, Memória do fogo (que engloba Os nascimentos, As caras e as máscaras e O século do vento), Mulheres, As palavras andantes, Vagamundo e As veias abertas da América Latina (todos pela L&PM Editores).

Livraria Bamboletras

Endereço:
Rua General Lima e Silva, 776
Loja 03
Centro, Porto Alegre / RS

De segunda a sábado, das 10h às 22h30. Domingo e feriado, das 14h às 21h.
Telefones:
(51) 3227-9930
(51) 3221-8764


Clip

Sabe quem eu adoro também? Clara Nunes. Deixo ela aí para nós!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Resposta

Vanda: muita saudade tua!!!

Foto

A fotografia abaixo é do espetáculo O Rinoceronte, dirigido por mim, que estreou neste ano que passou, na sala do Neelic (504) na Usina do Gasômetro. Voltamos em cartaz em 2011, para quem ainda não foi, vale a pena conferir!

Clau Fertsch e Carlos Araújo procuram rinocerontes. Fotografia: Kiran Federico León.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pra quem teve infância nos 80

 


Artes Visuais

Sabe... às vezes eu tinha vontade de parar tudo e estudar Artes Visuais, só para mergulhar com a devida profundidade nos universos de artistas como Picasso, Van Gogh e Dalí.

Deixo imagens que me tocam, do Picasso.